quinta-feira, maio 10, 2007

A Zona Organizada ou São Paulo Vermelha ou As Paradinha ou A Barba Indignada

Ocorre hoje na Universidade de São Paulo (USP), uma paralização a fim de demonstrar o potencial da grande greve prevista para a semana que vem, que conta com o apoio de professores, funcionários e... alunos.

Como sempre, faculdades gloriosas da USP, como a FEA (Faculdade de Economia e Administração) e a “SanFran” (Faculdade de Direito São Francisco) não movem uma palha, não tomam partido e continuam funcionando. É verdade que o Fórum da Esquerda (“partido” atualmente no “poder” do Centro Acadêmico da “SanFran”) está bulinando com o status quo da faculdade, mas depois de terem me negado o acesso ao seu fórum de discussões do Yahoo, por não ser aluno de lá, mero aluninho da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), “letras, ainda por cima!”, concluo que não é fórum coisa nenhuma. Esquerda, só se for pra estacionar o carro novo que ganhou do papai.

Um amigo olhos-de-águia, quando perguntado sobre a efervescência fefelechiana nas questões políticas –o que pode ser claramente observado–, disse-me que os sindicalistas são profissionais do oportunismo. E que os estudantes, querendo sempre dar a última palavra, falar mais alto, fazer a afirmação mais forte, embarcam na conversa, tomam pra si as bandeiras. Pura massa de manobra. Opinião nenhuma. Por isso, espero que ter alguma opinião pague por este imaturo ímpeto.

E não são fatos isolados! Isso: acreditem-me louco, paranóico. Em São Paulo, todos resolveram protestar pra ver quem protesta mais. Querem instaurar a zona organizada! Claro, com o 1º de maio por perto. Os professores da rede estadual de ensino e de ensino superior –houve um dia de paralização da USP semanas antes do Dia do Trabalho–, os metroviários, os motoristas de ônibus... ocorreu até um motim na aeronáutica! Como sempre, um bando de estudantes atrás! Por favor, estudante, se não tem opinião, compre uma! Basta assinar TV a cabo. A baixo custo um monte delas, todas importadas!

É verdade que soltam algumas reclamações contra o molusco, mas são raras, imperceptíveis. Por falar no calamares, uma reflexão interessante é que se costumamos trocar os pés pelas mãos, um tal de Lula, tão habilidoso, só podia ter os pés na cabeça (classe Cephalopoda).

Mas para que não tachem de cego, gostaria de inquirir ao leitor sabido porque Suely Vilela (PSDB) simplesmente deixou a bomba da invasão da reitoria da USP (Butantã) cair no colo do pobre fraco, coitado do vice-reitor, nos fazendo acreditar que aquela que vai dar cotas a todos os necessitados –eu, inclusive– estava em França. Agora, de portas escancaradas –destruídas!–, a reitora quer a saída imediata dos “invasores” e diz que vai pensar numa posição quanto aos decretos de Serra. Aliás, as reinvindicações são questão menor. O importante é fazer barulho. Já os invasores da reitoria da UNICAMP –sempre falta aos fefelechinos (sic) originalidade–, te-mi/rri-velmente foram tratados sem negociação, com ameaças de punição severa.

Quanto às razões da invasão, diz a lenda que a reitoria negou diálogo, não compareceu a assembléias ou compareceu de forma prepotente e, por fim, simplesmente fechou todas as portas da Casa quando vieram com documento de reivindicação, o que levou à tomada da bastilha uspiana e à criação das mais cômicas comissões, porém organizadas: limpeza, alimentação, dormitório. O que se poderia esperar de um bando de estudantes? Nada menos do que uma sociedade ideal.

Abaixo o marxismo barato. Abaixo a barba preguiçosa! Se quer ser socialista, sue a camisa. Depois, chegue em casa, tire a vermelha do Che, de camelô, produzida na China, e a boina, faça a barba e vá tomar banho! Depois, reinvente o pensamento. A FFLCH, o coração das humanas, existe pra isso.

Nenhum comentário: